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Hoje, diz-se, as coisas mudam:
a cidade toma nova face,
as pessoas melhoram,
o espírito se infla
nas promessas que se renovam:
E quer saber? É tudo disfarce.
Vão todos ser a mesma merda
e cometer os mesmos erros,
e sofrer os mesmos infortúnios,
e lamentar-se nos mesmos enterros
E, quer saber? Ninguém liga!
e, assim, a cidade de novo incha
nos amores que se sobrepõem
como um vírus que se alastra nas cantigas,
e os homens se amam, se unem
se contrapõem:
Unam-se, povos do lindo país!
os favelados comemoram, sim,
bebendo em bares até o sol surgir
tacando garrafas nos Audis
até a cicatriz no asfalto abrir.
Os bêbados ainda, teimarão em sorrir
para o festejo dos homens inconsequentes
e as horas restantes são as últimas dos doentes;
e a noite promete!
(nos dar apenas mais um dia para dormir)
E amanhã acordaremos ao meio-dia
tomando café ao som das mesmas cantigas
sob o mormaço indistinto do ano que há de vir!
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