terça-feira, 15 de outubro de 2013

Heathen

Levantou-se,
Andou,
Caiu no meio do corredor,
Sentiu alguma dor
E se acostumou

Beijou as mãos,
Sorriu,
Pensou estar no meio da rua
E, pudica, mas nua,
Dormiu

Meia hora depois,
Pensou,
A mente que ardia não estava ali;
Talvez não falasse mais por si
Mas, sabe-se lá como, concordou,
Assentiu

E, dali a alguns minutos, sumiu
Teimosa, mesmo assim se despediu
De todos

E de si.

domingo, 21 de julho de 2013

Frame

                           

Dá cansaço estar em dia com tudo,
Diante dos mesmos problemas vencidos
Encarar o tempo livre como obrigação
- e toda obrigação como fuga -,
Viver um pastiche de vida
(todos os dias muito bem vivida)
Ostentar uma mente saudável, em paz,
Quando o que se tem dentro de si
É caos, fraqueza,
incompreensão e angústia
- tudo frágil e mundano;

Não, nada parece estar fora do lugar
Aliás, nunca esteve
e mesmo assim, sempre ao abrir os olhos,
O mundo ao redor parece girar
Tudo soa por demais cansativo
Conquista já celebrada, algo premeditada
É tão sóbrio, tão reconfortante,
Mas, ao mesmo tempo, tão repetitivo...

O marasmo de um sem número de detalhes,
Pequenas felicidades e pausas amenas
É o que nos faz render a mente, ontem hoje e sempre, à agonia:
Falseando sorrisos, engolindo em seco
e agradecendo todos os dias
Por parecer sempre agradável, inteligente, sagaz
Quando o peso do mundo está todo dentro de si,
É tudo disfarce
No fundo, sou (és?) dor, pequenez,
Incomunicação e vazio
- tudo insólito, mas inevitavelmente

humano.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Lens


She walks through the door
With her heart held in hand
Their eyes laid on her lap
She feels so estranged,
But won´t give up at last

Her hands have touched those of god
However, no one´s been sure of
She decided, then,
It´d be better on her own
Then nothing else would happen
Then no one would ever be damned
But her.

She crosses the avenue,
And traffic lights won´t reflect in her hands
And a thousand lives could be seen in her eyes
Though everyone could see, instead,
Bright, but lifeless, blue skies
Dancing on her parting glare

Those eyes had seen time
Pass through everyone´s door
She decided, then,
It´d be peacefully tender
To finish it on her own
So no one´s road would flatten
Nothing else would matter
No one else would be blessed
But her.