sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

5m14d

Sempre que a gente se acostuma
Que os hábitos viram rotina
Que a mente repousa - se ocupa
Sempre que o cansaço e o tempo
Encarregam-se de fazer suas costuras
Lembro de ti,
As mãos tremulam,
A memória se curva
E a saudade se aproxima;

Sempre que venho aqui,
Me descubro mais homem feito,
Com cansaços, aprendizados,
corpo e mente cheio de calos,
Projetos quase concretizados,
E mesmo assim sentindo que falta algo,
Alguém a mais para dividir, (com)partilhar,
Aí lembro que, embora refeito,
Continuo jovem, projeto de gente,
Moleque imperfeito,
Teu filho;

Às vezes me surpreendo:
Bem que todos fazem sua parte,
A gente aprende a rir de tudo,
A sentir falta como adulto
A ostentar uma tal - diz-se - maturidade,

Mas, no fim das contas,
Em um torpor meio sem nexo
Vem a vontade de não (querer) estar no mundo
E, sem eira nem beira,
Contrariar tudo
E te ter aqui,
E ser criança de novo,
E ser novo,
Eu, tu, nós,
Vivos de novo - e juntos.