terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Desisto.

Quanto mais busco provar para mim
Que as coisas são "casuais"
Mais descubro o quão só sou, enfim,
Nos meus delírios tão normais.

É sempre assim: eu e meus planos
Ditos insanos e inconsequentes
Cedendo a um silêncio de desencanto
E a um discreto ranger de dentes

Outrora doía, rasgava-me o peito
Hoje decido não mais sofrer
Se há algo em que falho, e não me dizem
Que erro hei eu de desfazer?

Desisto, insisto: não vou dizer
Que a carne fria já me apagou
Mas hei de convir, que, enfim,
Esse homem aqui desiste e abdica de toda a dor:
Esse homem aqui por de mais já se humilhou.

Nenhum comentário: