sábado, 8 de abril de 2006

Inércia

Dividido entre dois lados
Prozaico e confuso
Decididamente difuso
Metódico e circuncisado
Pela sanidade de outros dias
De outras voltas em torno do mesmo minuto

O vai-e-vem de cada frase absurda
Que se passa em sua mente
Lhe rege os dias, mas de que adiantou?
Ainda caminha em torno dos mesmos atos inconsequentes
Das mesmas neuroses vendidas
No rótulo de todo e cada pós-adolescente

Comprimido entre dois estados
Euforia e desespero
Decidido por não entender se tem nos braços
Mais uma chance de terminar um dia
Sorrindo ou temendo se entregar ao medo

De se entregar,
e a boca renega as palavras
O corpo insiste na inércia, suposta paz
Espera dias melhores, mas por que nada faz?
Ainda insiste em dar a si mesmo uma condicional
Estando preso às mesmas convenções
Nunca dando razão ao que sente
A cada dia dando mais um passo para trás.

José Augusto Mendes Lobato 08/04/06

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