quarta-feira, 8 de novembro de 2006

O Merda e o Poeta

É triste assumir, mas eu sou um covarde.

Sim! Covarde pelas lutas das quais fugi,
Pelas mil vezes em que não caí,
Pelos amores que destruí,
Pelos sonhos que guardo aqui,
E que eu sei, não fazem parte de mim.

É triste assumir, mas eu sou um covarde.

Sim! Minhas trovas e esboços não saem do papel,
E eu me nego a ser parte de mim,
Esse homem fraco, que canta desafinado,
Chora excomungado por si, projeto inacabado
De uma poesia sem começo, meio ou fim:

É triste assumir, mas os poetas são otários,
Escrevem em versos dentro dos armários
De suas mentes, rangendo dentes,

Sem donos do próprio nariz poderem se assumir.

Dantes ser um merda,
Covarde e imerso em suas próprias metas
Trabalho esse egoísta, tornar-me quem sou por um segundo apenas
E amanhã, sim,

Ser de novo a mesma merda,
só que em palavras mais amenas.

Um comentário:

Lívia Mendes disse...

é por isso que eu não escrevo poemas!!
aahuihauiahuai
bjus gutinhooo
=**