segunda-feira, 24 de julho de 2006

Debaixo do Tapete

- Vêm todos assim, envoltos em uma cortina de sobriedade
Sérios e esguios, deslizam frios sob nossos narizes
E nos calam as bocas cheias de vangloriações
- Infelizes os que teimam em julgar verdade
O olhar à parte de ilusões sem limites

- São ingênuos, ora!
Quem há de te dizer que tua princesa encantada
Não passa de mais uma puta drogada
A correr descontrolada pelas ruas do Leblon?
- Coitados, demoram a dormir esperando casal e filhos
Acham que todos são beatos enrustidos?

- Que enfiem então, debaixo do tapete
Seus narizes lustrosos e seus lábios ungidos em mel e leite
E vejam que não há mais nada no mundo que não seja sujeira.
E que de tão podres, viramos gente
Falsa moralista, infeliz e, por inércia, rasteira.

José Augusto Mendes Lobato 25/07/06

Um comentário:

Marcelo Ribeiro disse...

NO final das contas, todos resíduam podres. Seja por si, ou por inércia ao movimento alheio.