quarta-feira, 2 de março de 2016

Qualidade

Farsantes e mais farsantes
Andando juntos, cheios de glória
Brincando de viver, brincando de si
Brindando suas próprias conquistas
Tão desproporcionais, irreais
Tão delirantes

Expandem suas conquistas
Coisas pequenas, subitamente, tomam vida
Apagam o que está à volta:
Não satisfeita em se deixar ver
Essa gente se deixa escarnecer,
É sua própria piada
Seu próprio alimento
Sua própria razão de vida.

Essa gente pequena, mas que se engorda
Olha-se no espelho e fica assim, absorta,
No entanto, finge-se de morta
Quando precisa;
E aí convence, e assim se perpetua,
às vezes sem notar,
Sem se fazer percebida.

São como vermes comendo uma fruta na cesta
Sobrevivem de migalha
De vender-se e, sei lá como, gerar encanto
Gentalha – se um dia soubesse imitar
Não seria tão frágil e exposto
Querendo ser só assim
Normal
Quase mediano.

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