quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

12.2

- Dedução à parte, sempre imaginei que ias perdê-la em alguma esquina.

- Esvaiu-se da forma que veio, não pude ao menos despedir-me, tocá-la...

- E nunca a tocastes, na verdade!

- Sim, mas pensa bem, é mentira dizer que apenas passou,
ela como que me abandona, aos poucos me tira a liberdade
me arranca os instintos, torna-me um poço de sobriedade
e transforma-nos nesta sina, nesse tal de ciclo que jamais finda
mas, ao mesmo tempo, nos aumenta a idade...
Só sei que, de agora em diante, nada quero,
pois tudo pelo que lutei tornou-se defasado, fútil ou simplesmente errado,
só espero que, agora, ao menos, o tédio transforme-se em paz e tranquilidade!

- É como eu sempre te dizia, amigo,
sempre há a perda de alguns hormônios, pêlos da face, força, energia
mas o que faz do rodamoinho uma vida é essa perda de mocidade.

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