terça-feira, 12 de junho de 2007

Objetividade


Eu sempre me julguei mais esperto que vocês
Com minhas respostas prontas e bobagens inteligentes
Tais quais cusparadas de mais um jovem demente
Inconsequente, que nada sabe dos outros ou de si

Dentro destes versos, há uma falácia fútil
Criei entrelinhas para que ninguém pudesse lê-las;
Que pretensão!
Logo eu, que mal sei ler o mundo diante de meus olhos
Querendo ter colhões para lhes destilar o ódio
Em palavras difíceis e vagos devaneios

Tão fáceis de seguir,
Fosse o acaso, ao momento, próprio.

Mas eu desvelo o que há de belo no aleatório
Nas mesmas críticas óbvias e detalhes irrelevantes
Que, de tão repetidos em rimas pobres e irritantes
Já me fizeram ter certo prazer em ser prolixo.

Dentro deste homem, há desilusão com a sintaxe
Perdi as rédeas do que há de humano em mim;
Dei as costas para as velhas metalinguagens!
Logo eu, que me julgava pronto para renegar tudo e todos
Parte do mundo que revira o estômago de poucos
E dá sentido à popular felicidade:

Aprendi que, se quero me sentir vivo, preciso, sim
Renegar a mãe dos loucos: subjetividade.

(Poesia derrotista?)

Nenhum comentário: