É hora de novas sintaxes
E - por quê não? - de uma nova mentira
para lhes calar os nobres bicos
Dar-lhes novos lugares a ir, coisas a falar
Me traz um ar heróico de salvar-lhes a vida
Mas quem sabe, quem sabe?,
eu ache que há muito a se fazer
quando, na verdade, o problema não é de ninguém
senão meu mesmo; a decadência
Que todos sentem, mas ninguém vê
É incubência de quem a abomina:
Eu, jamais vocês...
Me dá certo torpor disfórico descobrir
Que a tosca verdade d´aqui já é vivida
Por todo mundo, e o único a sofrer
Sou eu, sempre imbecil
Imerso em uma revolta sem sentido,
preocupado demais com vocês e não comigo;
Não vou calar mais seus nobres bicos,
nem me prolongar, resta só cuspir de uma vez
um sonoro suspiro:
Vão se foder!
Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Poema de amor
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Fizeste nascer uma força sem limites
Se me fizestes crer no mundo que, em mim, vistes
Estou feliz assim,
Pois sempre fui teu amigo, hoje e sempre
Se enfim, pequenina
O acaso nos fez unir tantas raízes
Se aos poucos, te conheci e me descobristes
Estou feliz assim,
Porque serei teu namorado, hoje e sempre
Porque se és, para mim, pequenina
É pelas virtudes e pela voz rouca
É pela compreensão, pela menção de carinho
Pelos chocolates e curtos abraços tímidos
Pelos esboços de uma vida nova,
Pelas rosas sem espinhos
Que são os minutos de paz contigo no dia-a-dia
Por ti, enfim,
Sou apaixonado, hoje e sempre.
Se por ti, pequenina,
Já cometi pequenas loucuras e grandes ações
Se te fiz menina em versos e canções
Não pense que me finjo homem,
Sou menino contigo, hoje e amanhã
Porque descobri que teu amor é uma honra
E assim, me fizeste sentir a grandeza
Das pequenas coisas, que sempre são as mais belas
E assim o serão, enquanto houver em mim certeza
De que me amas e eu te amo,
Pequenina da minha história, a história mais bela.
(Momento babão. Para Mayara... ^^)
domingo, 5 de agosto de 2007
Trouver
Encontro-me são, preso a um tato que finge-se sóbrio
Mas o é por inércia, e assim, em mim, prende-se
em um vagar solto de idéias divagantes e palavras tangentes
Que escapam ilesas por entre memórias intermitentes
Como se a dor fosse um caminho,
e caminhássemos por ela, óbvios...
A cada taça, a cada garrafa
No décimo cigarro, debaixo da escada
Por trás das janelas fechadas, nos cantos:
Entre lençóis e livros, nos lábios berrando.
Na água, no vinho, no foco do olho mágico
Em decotes, vestidos, ventos frios, no pátio
Na rua, na esquina, na porta do banco:
Entre pensamento e ação, nas mãos abraçando
Teus seios e mágoas, a cor dos lenços na mesa
A ordem dos pratos, o tom amargo da sobremesa
As mentiras lavadas, os pratos quebrados
Os copos cheios na cama, pingando calados.
A cada orgasmo, a cada tropeço
No décimo café sem açúcar, eu vejo
Por trás dos encontros e acasos fingidos
Entre o som e o silêncio, teus gestos exíguos
Te encontro novamente...
Pois embora encontre-me são
Nossos encontros são revoltas silenciosas
de uma paixão já decadente:
No oco, no sólido, no dançar das pequenas horas
No táctil e no subjetivo, desconstruindo outras histórias
Por trás de canções as mais mortas, tua voz ainda ecoa
A cada taça, a cada garrafa, em porres loucos minh´alma voa
E te encontra novamente...
No foco, no borrado, no tilintar do esporro
Nos becos inacabados, nos pontos finais tão poucos
Entre deboches, falácias, melancolia e instinto
Encontrei-te, meu amor, fingindo que não existíamos.
(À poesia)
Mas o é por inércia, e assim, em mim, prende-se
em um vagar solto de idéias divagantes e palavras tangentes
Que escapam ilesas por entre memórias intermitentes
Como se a dor fosse um caminho,
e caminhássemos por ela, óbvios...
A cada taça, a cada garrafa
No décimo cigarro, debaixo da escada
Por trás das janelas fechadas, nos cantos:
Entre lençóis e livros, nos lábios berrando.
Na água, no vinho, no foco do olho mágico
Em decotes, vestidos, ventos frios, no pátio
Na rua, na esquina, na porta do banco:
Entre pensamento e ação, nas mãos abraçando
Teus seios e mágoas, a cor dos lenços na mesa
A ordem dos pratos, o tom amargo da sobremesa
As mentiras lavadas, os pratos quebrados
Os copos cheios na cama, pingando calados.
A cada orgasmo, a cada tropeço
No décimo café sem açúcar, eu vejo
Por trás dos encontros e acasos fingidos
Entre o som e o silêncio, teus gestos exíguos
Te encontro novamente...
Pois embora encontre-me são
Nossos encontros são revoltas silenciosas
de uma paixão já decadente:
No oco, no sólido, no dançar das pequenas horas
No táctil e no subjetivo, desconstruindo outras histórias
Por trás de canções as mais mortas, tua voz ainda ecoa
A cada taça, a cada garrafa, em porres loucos minh´alma voa
E te encontra novamente...
No foco, no borrado, no tilintar do esporro
Nos becos inacabados, nos pontos finais tão poucos
Entre deboches, falácias, melancolia e instinto
Encontrei-te, meu amor, fingindo que não existíamos.
(À poesia)
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