Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
domingo, 25 de dezembro de 2005
XVI - O Pintor
Por tantas horas fiz o melhor que pude
Tentei trazer à tona
Mais do que a verdade que confunde
Tentei em uma vã atitude
dar asas à imaginação com a beleza e a inquietude
De uma pintura borrada
Sem sentido ou direção
Mas as cores se cruzaram
O indefinido,por entre horas se fez passado
Apagado pela insanidade
Das mãos que rebocam o quadro
Cobrem as cicatrizes com sorrisos
Enquanto as almas encarceradas nos retratos
Se torturam e se contorcem
Nos sorrisos enquadrados
A cada dia em que retoco
A obra que imagino estar em foco
Vejo mais campos serem cobertos no vermelho
Do sangue,do medo
Da ânsia,do desespero
Resta entrelaçalar as mãos e olhar,da janela,
a paisagem e buscar algo novo para se pintar...
Vês este mundo que esboço?
É um espelho empoeirado
Cansado de refletir nos nossos olhos os mesmos erros
Tantos DeJa Vus
São sempre desejos
De trazer a essas mãos um pouco de loucura
E trazer vida ao meu corpo nu;
Mas não mais retrato o que vejo.
Retrato um mundo cru
Que nunca vi
Mas sempre almejo.
José Augusto Mendes Lobato 25/12/05
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