Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
domingo, 31 de dezembro de 2006
Em Clima de Ano Novo
Hoje, diz-se, as coisas mudam:
a cidade toma nova face,
as pessoas melhoram,
o espírito se infla
nas promessas que se renovam:
E quer saber? É tudo disfarce.
Vão todos ser a mesma merda
e cometer os mesmos erros,
e sofrer os mesmos infortúnios,
e lamentar-se nos mesmos enterros
E, quer saber? Ninguém liga!
e, assim, a cidade de novo incha
nos amores que se sobrepõem
como um vírus que se alastra nas cantigas,
e os homens se amam, se unem
se contrapõem:
Unam-se, povos do lindo país!
os favelados comemoram, sim,
bebendo em bares até o sol surgir
tacando garrafas nos Audis
até a cicatriz no asfalto abrir.
Os bêbados ainda, teimarão em sorrir
para o festejo dos homens inconsequentes
e as horas restantes são as últimas dos doentes;
e a noite promete!
(nos dar apenas mais um dia para dormir)
E amanhã acordaremos ao meio-dia
tomando café ao som das mesmas cantigas
sob o mormaço indistinto do ano que há de vir!
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