Sempre intocável,
Tão resistente, forte, guerreira;
Corpo sem falha, mente sem maldade:
Que mente sem piedade
A si mesma, julgando-se invencível
Tão perfeita!
Avessa a dramas, entrelinhas,
Engolia o choro, sentindo-o preso;
Ao fim do dia, doía a alma
E toda aquela paz se esvaía
Levando junto a calma, a liberdade
A pureza de espírito,
A felicidade.
Aquilo que, antes, orgulhava
Elogio, certeza, retidão – agora era agonia
Tanta pressão, tanto peso
Não conseguiam ser acolhidos
Por costas tão jovens e pequeninas;
Um dia, sentiu algo lhe escapar por entre os dedos
A identidade? Um sentido de si? O sentido da vida?
Sua verdade?
Não: estava, tarde mas ainda a tempo,
sem prejuízos, amadurecendo,
confrontando seus próprios anseios.
Um comentário:
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