domingo, 31 de dezembro de 2006

Urbanamazônia


No meio do verde metálico, corre um ser
Sinto um perfume não meu, pesado e ardente
homens amazônidas, vãos e inconsequentes
dominados pelo aço; e a floresta a adormecer
ao mundo moderno estende os braços

Vendo este ser de olhar letárgico
descansar sob céus de límpido asfalto
beber desta água repleta de ácidos
sonhos modernos de um homem nostálgico
que, nas avenidas, ressoam opacos

E silenciosos na cela da vida
nunca o deixarão de ser.

No meio das aldeias de aço, vão nascer
Dessas mãos sujas, negras,
Poemas virtuais, de fibra ótica: E colapsos
de um coração de alumínio os farão florescer

E amanhecer, em pedaços
desmatando a tua alma e meu sentir
Em uma alma robótica que insiste em existir!

No meio dos mares de gente, corre um ser
Que pulsa ódio em um peito, vil e ardente
O anoitecer cinzento e o luar decadente
Banham as tribos que, em pedaços,
Mendigam piedade nas ruas caóticas

Das metrópoles de andróides dementes

Que, silenciosos, na cela da vida,
verão seu mundo perecer.

Ricardo Evandro / Guto Lobato 29/12/06

* Idéia antiga de dois nerds finalmente ganha forma. ;)
Por sinal, o figura aí tá de blog, e as idéias dele certamente dariam um bom livro de neo-filosofia. Acessem:
>> http://urbanamazonida.blogspot.com <<

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