Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
Ode à Metrópole II
Descobri que tudo desconheço
E que nada de novo descubro
E que, se sou jovem, amanhã envelheço
E me torno mais um homem feito, sem escrúpulos
Vendido ao mundo sem preço
Sem desejos ou sonhos esdrúxulos
Esse é o seu futuro também, então vem comigo
E me ensina a, sem causar alarde, cortar os pulsos
Cortar fora os lábios de um homem omisso!
Descobri que a este mundo pertenço
E que, nele, de nada valho
E, se um dia senti no peito o vazio imenso
Hoje já não me lembro,
esqueço o peso de um amor otário!
Nas ruas secas, ecoa a sonata dos destruídos
E nas esquinas, reside a fugaz dor da mágoa
Dentro dos carros, acendem a chama do desperdício
Em um cigarro, em um copo de água
Dói saber que são ossos do ofício
É a decadência de um mundo mascarado
Quero, antes de cair em irrecuperável estado
Gritar bem alto para que a cidade, um dia, meus ecos ouça;
Cortar fora os pulsos dos edifícios!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário