domingo, 13 de agosto de 2006

Varsóvia

Não é ironia
É pura falsidade
Encontrei sangue nas rosas do meu jardim
Quero pureza
Imposta em liberdade
tenho desejos
que só cabem a mim sentir

Não posso ter medo
Não posso me esquecer
De ter segredos entre eu e você
Nosso mundo agora é uma redoma
Você pode me proteger?

Não é rebeldia
É pura realidade
Quero provar a sua fragilidade
Nossos futuros
Ruminam desnutridos
Nos pratos vazios e sujos
No nosso limbo

Não posso negar o que parece
É que o mundo lá fora se estremece
Nos vendo levantar em meio à cinza
Contraindo e repetindo a mesma velha sina
De nunca admitir perder

Não é mentira
é a mais falsa verdade
Nada nos atinge,nem a sinceridade
Nossos prodígios
São nada mais que escombros
Ossos do ofício
que carregamos nos ombros

Não posso atravessar essas paredes
Não posso lutar contra o que construí
Eu vejo um palácio reluzente
ao ponto de implodir
E o mundo lá fora,estarrecido
Verá a muralha cair
E a aplausos e gritos
iremos nos destruir

José Augusto Mendes Lobato 2005

(Antigo também...)

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