As curvas que fazes à minha frente
São nuances negras que permeiam o ar
Segredam teus versos, confessos
De tamanha instabilidade e insensatez
E, estranhamente, bem-estar.
Falo de toda a dor
Que a liberdade, vil, lhe confere
Me diz apenas, estás realmente entregue?
Se mesmo viva, danças nua e me apertas o seio
Faz promessas vagas, alimentas anseios
Apenas para amanhã me fazer acordar
E ver a solidão sorrir p´ra mim no espelho.
Não vejo em ti todo o tormento que sentes
Eternamente, teu corpo está
Frio, segredo a ti meus mais sinceros
Desejos de tamanho sofrimento e dor
E, finalmente, absoluta paz.
Falo de tanto amor
Que a liberdade, a vaidade, me tiraram
Me diz, se não estou realmente entregue?
Se mesmo vivo, insisto em repousar sobre anseios
A mesma névoa que dança viva diante do espelho
É a tênue linha entre vagar sóbrio e me embriagar
Entre me deleitar no mais puro ódio,
Ou de olhos fechados, te amar.
José Augusto Mendes Lobato 03/08/06
Um comentário:
A fumaça esconde aquilo que queremos ver. =]
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