Noites e tardes frias, ar seco
Acordes de bossa nova ecoando
Nas esquinas e nos becos;
Engarrafamentos e curvas
Sob a chuva de um sábado modorrento
Por trás dos ternos engomados
Os corpos tremem de frio em seus lamentos
Lamento, mas não espere
Das cinzas e da pólvora achar
Um abrigo, para nessas horas vazias e foscas
Sob outros lençóis se deitar;
Cante, mas não se encante
Com a melodia doce que insiste em cantar
A voz que entoas é semblante
De solidão a, entre os arranha-céus, ecoar.
Almoço em correria, carne engolida em seco
Sexo casual, meia hora no sinal
Gemendo no meio do asfalto:
A cidade é um puteiro!
Depois do trabalho, um jantar requintado,
Fast-food "brasileiro"
Por trás do ar de despedida
Vida bandida lhe arranca o peito
Lamento, mas não espere
Paz de espírito e descanso encontrar
Espere um riso, triste e indeciso
Sobre os lábios poluídos pairar
Tente, mas nunca invente
Tornar as coisas diferentes do que são
É sua sina, a deles e a minha
Viver noites e dias em um frio que não tem fim
Mesmo sob os confortáveis lençóis da ilusão.
José Augusto Mendes Lobato 30/08/06
Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
quarta-feira, 30 de agosto de 2006
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
Life in a Coma
Posam assim, vis, para os olhos do mundo
Com a mesma inconstância e fraqueza
De quem um dia já sentiu, em mãos, a realeza
De cavar um poço e nunca atingir o fundo
E eles pensam ter a cura
Para seus dias sofridos e sem sentido
Para todo o sangue derramado,
Por cada pedaço de vida que lhes é arrancado
Por trás desse discurso gravado e do mesmo hino sofrido
Explodindo em ignorância
Engolindo edifícios, enterrando vivos
Homens, jovens e crianças!
Queimando bíblias, perfurando o seio
Pintando as faces com o mais puro ódio
Remoendo nos cantos o mais vivo desespero
Atravessando um solo sagrado
Queimando seus corpos frios,
Estão todos de peito inchado
Entregando-se em nome de um caos criado
Em torno da imagem de um acaso,
Outrora destino que nunca foi visto
Sem culpa do que pensar
Sem saber a quem culpar
Esses coitados, homens e mulheres,
Não têm rumo ou sentido
Senão uns aos outros matar
E amanhã acordar sozinhos.
É a sina de se acreditar
Em um Deus que, se existisse ainda,
Já não teria forças para suportar
A mais estúpida hipótese de estarmos vivos.
José Augusto Mendes Lobato 23/08/06
Com a mesma inconstância e fraqueza
De quem um dia já sentiu, em mãos, a realeza
De cavar um poço e nunca atingir o fundo
E eles pensam ter a cura
Para seus dias sofridos e sem sentido
Para todo o sangue derramado,
Por cada pedaço de vida que lhes é arrancado
Por trás desse discurso gravado e do mesmo hino sofrido
Explodindo em ignorância
Engolindo edifícios, enterrando vivos
Homens, jovens e crianças!
Queimando bíblias, perfurando o seio
Pintando as faces com o mais puro ódio
Remoendo nos cantos o mais vivo desespero
Atravessando um solo sagrado
Queimando seus corpos frios,
Estão todos de peito inchado
Entregando-se em nome de um caos criado
Em torno da imagem de um acaso,
Outrora destino que nunca foi visto
Sem culpa do que pensar
Sem saber a quem culpar
Esses coitados, homens e mulheres,
Não têm rumo ou sentido
Senão uns aos outros matar
E amanhã acordar sozinhos.
É a sina de se acreditar
Em um Deus que, se existisse ainda,
Já não teria forças para suportar
A mais estúpida hipótese de estarmos vivos.
José Augusto Mendes Lobato 23/08/06
sábado, 19 de agosto de 2006
L.S.D.
Quando curvas os ombros
E me olhas de canto
Como se tivesse te deixado assim, ao relento
Ouvindo o doce silêncio do vento
Cortando e cada dia arrancando
De ti os sorrisos, sinto-os retidos em triste canto
Ecoando em meus ouvidos.
Quando deslizo em teus lábios
E sinto o seio, em acalanto,
Pulsando em veias, me espanto
Descubro que, em teu silêncio tenho um grito
E nos mais obscenos, suspiros,
Como se nossos corpos ficassem ecoando nas paredes
Nos arrancando os sentidos.
É essa noite sem máscaras
Sob o luar das almas antrelaçadas
Sob os lençóis feitos de roupas rasgadas
Que perdemos a compostura
E nos entregamos à loucura
E à indecência de amar sem sentir
Mas não quero sentir, em nós, culpa
Cante para mim assim, deixa minh´alma ser tua
Chega de pequenos rituais!
Quero um romance assim contraditório
Carnal e vil, surreal e frio, tórrido
Em que possamos nos entregar à loucura
E a inocência de deitar todas as noites
E nunca mais dormir.
José Augusto Mendes Lobato 19/08/06
E me olhas de canto
Como se tivesse te deixado assim, ao relento
Ouvindo o doce silêncio do vento
Cortando e cada dia arrancando
De ti os sorrisos, sinto-os retidos em triste canto
Ecoando em meus ouvidos.
Quando deslizo em teus lábios
E sinto o seio, em acalanto,
Pulsando em veias, me espanto
Descubro que, em teu silêncio tenho um grito
E nos mais obscenos, suspiros,
Como se nossos corpos ficassem ecoando nas paredes
Nos arrancando os sentidos.
É essa noite sem máscaras
Sob o luar das almas antrelaçadas
Sob os lençóis feitos de roupas rasgadas
Que perdemos a compostura
E nos entregamos à loucura
E à indecência de amar sem sentir
Mas não quero sentir, em nós, culpa
Cante para mim assim, deixa minh´alma ser tua
Chega de pequenos rituais!
Quero um romance assim contraditório
Carnal e vil, surreal e frio, tórrido
Em que possamos nos entregar à loucura
E a inocência de deitar todas as noites
E nunca mais dormir.
José Augusto Mendes Lobato 19/08/06
quarta-feira, 16 de agosto de 2006
Floreios.
Acorda, e mais um dia vivido a esmo
Lhe cede os braços, tão abertos como nunca puderam estar
Sorri para o mundo, e sente a dor no peito
Menino sonhador esse, que começa a andar
E a, só, chegar aqui.
Insiste em enrustir a sorte que tem com erros
Não mede cansaços para, lento e vil, entregar-
Se alguém neste mundo desconhece o desalento
De amar sozinho, isento de culpas ou planos,
E, no fim do dia, cair aos prantos e se jogar,
Que atire a primeira pedra!
E me diga na cara que os tapas que levo são o virar do vento
E não as marés violentas que arrancam minhas entranhas
E me ferem o corpo, a alma e o peito
Fazendo de uma mesa de bar sujo leito
Agora, com todo o respeito, me deixa aqui, sozinho,
Deixa meu estar!
A porta que, essa luz, repudia, já me foi um espelho
Onde retorcido sentia o ardor da febre a contorcer
Neste antro sujismundo de artistas pobres e infelizes
Onde, com seus pincéis e meretrizes
Passam as noites a declamar
O ódio pelo mesmo mundo de injustiças.
Fogem eles dos assuntos com a mesma destreza?
A arte de iludir é grande habilidade
Confunde o martírio de ser só com a inábil realeza
De ser, para si, um perigo e uma metade
A, só, ruir.
E que atire a décima quinta pedra
Quem não conhece bem a dor táctil de amar
E não tem, em meio às tripas, pulsante seio
Que assim, sem sangue ou floreios
Sofre inábil, tal qual coração jovem,
sem sequer poder lutar!
Agora, com todo o respeito, me dê um motivo para me sentir aceito
Pelo menos você,
Me deixa calar!
José Augusto Mendes Lobato 16/08/06
Lhe cede os braços, tão abertos como nunca puderam estar
Sorri para o mundo, e sente a dor no peito
Menino sonhador esse, que começa a andar
E a, só, chegar aqui.
Insiste em enrustir a sorte que tem com erros
Não mede cansaços para, lento e vil, entregar-
Se alguém neste mundo desconhece o desalento
De amar sozinho, isento de culpas ou planos,
E, no fim do dia, cair aos prantos e se jogar,
Que atire a primeira pedra!
E me diga na cara que os tapas que levo são o virar do vento
E não as marés violentas que arrancam minhas entranhas
E me ferem o corpo, a alma e o peito
Fazendo de uma mesa de bar sujo leito
Agora, com todo o respeito, me deixa aqui, sozinho,
Deixa meu estar!
A porta que, essa luz, repudia, já me foi um espelho
Onde retorcido sentia o ardor da febre a contorcer
Neste antro sujismundo de artistas pobres e infelizes
Onde, com seus pincéis e meretrizes
Passam as noites a declamar
O ódio pelo mesmo mundo de injustiças.
Fogem eles dos assuntos com a mesma destreza?
A arte de iludir é grande habilidade
Confunde o martírio de ser só com a inábil realeza
De ser, para si, um perigo e uma metade
A, só, ruir.
E que atire a décima quinta pedra
Quem não conhece bem a dor táctil de amar
E não tem, em meio às tripas, pulsante seio
Que assim, sem sangue ou floreios
Sofre inábil, tal qual coração jovem,
sem sequer poder lutar!
Agora, com todo o respeito, me dê um motivo para me sentir aceito
Pelo menos você,
Me deixa calar!
José Augusto Mendes Lobato 16/08/06
domingo, 13 de agosto de 2006
Varsóvia
Não é ironia
É pura falsidade
Encontrei sangue nas rosas do meu jardim
Quero pureza
Imposta em liberdade
tenho desejos
que só cabem a mim sentir
Não posso ter medo
Não posso me esquecer
De ter segredos entre eu e você
Nosso mundo agora é uma redoma
Você pode me proteger?
Não é rebeldia
É pura realidade
Quero provar a sua fragilidade
Nossos futuros
Ruminam desnutridos
Nos pratos vazios e sujos
No nosso limbo
Não posso negar o que parece
É que o mundo lá fora se estremece
Nos vendo levantar em meio à cinza
Contraindo e repetindo a mesma velha sina
De nunca admitir perder
Não é mentira
é a mais falsa verdade
Nada nos atinge,nem a sinceridade
Nossos prodígios
São nada mais que escombros
Ossos do ofício
que carregamos nos ombros
Não posso atravessar essas paredes
Não posso lutar contra o que construí
Eu vejo um palácio reluzente
ao ponto de implodir
E o mundo lá fora,estarrecido
Verá a muralha cair
E a aplausos e gritos
iremos nos destruir
José Augusto Mendes Lobato 2005
(Antigo também...)
É pura falsidade
Encontrei sangue nas rosas do meu jardim
Quero pureza
Imposta em liberdade
tenho desejos
que só cabem a mim sentir
Não posso ter medo
Não posso me esquecer
De ter segredos entre eu e você
Nosso mundo agora é uma redoma
Você pode me proteger?
Não é rebeldia
É pura realidade
Quero provar a sua fragilidade
Nossos futuros
Ruminam desnutridos
Nos pratos vazios e sujos
No nosso limbo
Não posso negar o que parece
É que o mundo lá fora se estremece
Nos vendo levantar em meio à cinza
Contraindo e repetindo a mesma velha sina
De nunca admitir perder
Não é mentira
é a mais falsa verdade
Nada nos atinge,nem a sinceridade
Nossos prodígios
São nada mais que escombros
Ossos do ofício
que carregamos nos ombros
Não posso atravessar essas paredes
Não posso lutar contra o que construí
Eu vejo um palácio reluzente
ao ponto de implodir
E o mundo lá fora,estarrecido
Verá a muralha cair
E a aplausos e gritos
iremos nos destruir
José Augusto Mendes Lobato 2005
(Antigo também...)
sábado, 12 de agosto de 2006
It Hurts.
Não vês o quanto sofro?
Isso dói, e mesmo que não saibas
Em mim as cicatrizes são indistintas
De tantas que consigo marcar
Delas nascem mais feridas.
Não, eu não insisto
Mesmo assim dói, e mesmo que o sintas
Responde como se nunca fosse certo
E fosse inconveniência do acaso
Que sempre estivesses longe,
Tão perto de mim e de tudo que faço por você
Sem ao menos agradeceres, reconheceres
Que isso tudo não é instinto
Você não entende
Eu tenho vontades
Tenho verdades
Guardadas em meu peito
E uma delas você já deve saber
Eu te amo,
Mas dói não ter a certeza de você.
José Augusto Mendes Lobato 12/08/06
Isso dói, e mesmo que não saibas
Em mim as cicatrizes são indistintas
De tantas que consigo marcar
Delas nascem mais feridas.
Não, eu não insisto
Mesmo assim dói, e mesmo que o sintas
Responde como se nunca fosse certo
E fosse inconveniência do acaso
Que sempre estivesses longe,
Tão perto de mim e de tudo que faço por você
Sem ao menos agradeceres, reconheceres
Que isso tudo não é instinto
Você não entende
Eu tenho vontades
Tenho verdades
Guardadas em meu peito
E uma delas você já deve saber
Eu te amo,
Mas dói não ter a certeza de você.
José Augusto Mendes Lobato 12/08/06
quarta-feira, 9 de agosto de 2006
Pais e Filhos II
"Receba dessas mãos meu sacrifício
Dê orgulho a quem te fez para o sentir
Abra os olhos,olhe o que está perdendo
Pára de dizer que não tem para onde ir"
Deixe de esfregar na minha o seu triunfo
Suas conquistas são as minhas
Minha conquista é você
Me dê um futuro,me dê um passado
É tudo que eu preciso para amadurecer
E ser seu sonho materializado
Seu herói idealizado
Um menor reflexo seu
Sem alma,sem paz,
Encurralado
No meu destino programado
Que insiste em me puxar para trás
Seu passado não é meu.
Preciso de ti,preciso do teu aval
Preciso ouvir o que não queres me dizer
Nossas estradas se cruzam no infinito
E esse caminho vou trilhar a pé
A gente se vê
Não quero carregar nas costas o mundo
Só quero conquistar o meu abrigo
Não quero ser seu filho imundo
Quero apenas ser seu amigo
E de tanto ser pressionado
Ser egoísta e alienado
Aprendi que esse sou eu
Esse mesmo que para você,se perdeu
Está acordado
Te quer aqui ao lado
Vendo o novo caminho trilhado
E agora que estou em paz
Quero te ter nessa história linda
Que eu mesmo criei.
Vem comigo
Te quero comigo
Nesse mundo que criei para nós.
Não quero estar sozinho
Quero teu carinho
E quero ouvir tua voz.
Teu perdão.
José Augusto Mendes Lobato 27/10/05
(Antiguíssimo...)
Dê orgulho a quem te fez para o sentir
Abra os olhos,olhe o que está perdendo
Pára de dizer que não tem para onde ir"
Deixe de esfregar na minha o seu triunfo
Suas conquistas são as minhas
Minha conquista é você
Me dê um futuro,me dê um passado
É tudo que eu preciso para amadurecer
E ser seu sonho materializado
Seu herói idealizado
Um menor reflexo seu
Sem alma,sem paz,
Encurralado
No meu destino programado
Que insiste em me puxar para trás
Seu passado não é meu.
Preciso de ti,preciso do teu aval
Preciso ouvir o que não queres me dizer
Nossas estradas se cruzam no infinito
E esse caminho vou trilhar a pé
A gente se vê
Não quero carregar nas costas o mundo
Só quero conquistar o meu abrigo
Não quero ser seu filho imundo
Quero apenas ser seu amigo
E de tanto ser pressionado
Ser egoísta e alienado
Aprendi que esse sou eu
Esse mesmo que para você,se perdeu
Está acordado
Te quer aqui ao lado
Vendo o novo caminho trilhado
E agora que estou em paz
Quero te ter nessa história linda
Que eu mesmo criei.
Vem comigo
Te quero comigo
Nesse mundo que criei para nós.
Não quero estar sozinho
Quero teu carinho
E quero ouvir tua voz.
Teu perdão.
José Augusto Mendes Lobato 27/10/05
(Antiguíssimo...)
domingo, 6 de agosto de 2006
Apesar de Você
Eu, ao contrário de você
Sinto saudades
E, quando ligo e te vejo na tevê
Encaro duas verdades
Relembrando tudo que deixei de viver
Para descansar mais um dia ao teu lado
Eu, igualzinha a você
Contraio o peito
E, como sempre, ingênua
Faço de teu corpo leito
E descubro que, neste palco tão perfeito
Sou apenas figurante no cenário
E, com todo o respeito
De um monólogo muito do seu otário.
Eu, apesar de você,
Vivo estes dias à parte
Acordar na mais solitária sobriedade
É exercitar a arte de ser sozinho
E, nesse quartinho imundo, sofrer
Para poder, nesse vazio, pintar meu quadro
E, de braços cruzados, nele aparecer
Cansei de respeito
E, como sempre, ingênua
Faço de minhas palavras atos
E descubro que sem ti não há vingança
E sem vingança, não há despeito,
E, com todo o respeito:
Aqui não há espaço para este amor otário.
José Augusto Mendes Lobato 06/08/06
Sinto saudades
E, quando ligo e te vejo na tevê
Encaro duas verdades
Relembrando tudo que deixei de viver
Para descansar mais um dia ao teu lado
Eu, igualzinha a você
Contraio o peito
E, como sempre, ingênua
Faço de teu corpo leito
E descubro que, neste palco tão perfeito
Sou apenas figurante no cenário
E, com todo o respeito
De um monólogo muito do seu otário.
Eu, apesar de você,
Vivo estes dias à parte
Acordar na mais solitária sobriedade
É exercitar a arte de ser sozinho
E, nesse quartinho imundo, sofrer
Para poder, nesse vazio, pintar meu quadro
E, de braços cruzados, nele aparecer
Cansei de respeito
E, como sempre, ingênua
Faço de minhas palavras atos
E descubro que sem ti não há vingança
E sem vingança, não há despeito,
E, com todo o respeito:
Aqui não há espaço para este amor otário.
José Augusto Mendes Lobato 06/08/06
quinta-feira, 3 de agosto de 2006
Fumaça e Espelhos
As curvas que fazes à minha frente
São nuances negras que permeiam o ar
Segredam teus versos, confessos
De tamanha instabilidade e insensatez
E, estranhamente, bem-estar.
Falo de toda a dor
Que a liberdade, vil, lhe confere
Me diz apenas, estás realmente entregue?
Se mesmo viva, danças nua e me apertas o seio
Faz promessas vagas, alimentas anseios
Apenas para amanhã me fazer acordar
E ver a solidão sorrir p´ra mim no espelho.
Não vejo em ti todo o tormento que sentes
Eternamente, teu corpo está
Frio, segredo a ti meus mais sinceros
Desejos de tamanho sofrimento e dor
E, finalmente, absoluta paz.
Falo de tanto amor
Que a liberdade, a vaidade, me tiraram
Me diz, se não estou realmente entregue?
Se mesmo vivo, insisto em repousar sobre anseios
A mesma névoa que dança viva diante do espelho
É a tênue linha entre vagar sóbrio e me embriagar
Entre me deleitar no mais puro ódio,
Ou de olhos fechados, te amar.
José Augusto Mendes Lobato 03/08/06
São nuances negras que permeiam o ar
Segredam teus versos, confessos
De tamanha instabilidade e insensatez
E, estranhamente, bem-estar.
Falo de toda a dor
Que a liberdade, vil, lhe confere
Me diz apenas, estás realmente entregue?
Se mesmo viva, danças nua e me apertas o seio
Faz promessas vagas, alimentas anseios
Apenas para amanhã me fazer acordar
E ver a solidão sorrir p´ra mim no espelho.
Não vejo em ti todo o tormento que sentes
Eternamente, teu corpo está
Frio, segredo a ti meus mais sinceros
Desejos de tamanho sofrimento e dor
E, finalmente, absoluta paz.
Falo de tanto amor
Que a liberdade, a vaidade, me tiraram
Me diz, se não estou realmente entregue?
Se mesmo vivo, insisto em repousar sobre anseios
A mesma névoa que dança viva diante do espelho
É a tênue linha entre vagar sóbrio e me embriagar
Entre me deleitar no mais puro ódio,
Ou de olhos fechados, te amar.
José Augusto Mendes Lobato 03/08/06
quarta-feira, 2 de agosto de 2006
Cotidiano
Se todo mundo soubesse
O quanto as coisas nunca foram fáceis
E o quanto é inútil fingir que são todos ágeis
Diante da correria mundana, cotidiana
Diria aos quatro cantos
Que me orgulho em ser vagabundo
Garoto sem passado, sem futuro, sem rumo
Aspirante a "admirador das pequenas coisas"
A infeliz adorador das distorções que,
roucas, ressoam em nossos ouvidos.
Se Deus e o diabo soubessem
O quanto às vezes me sinto por baixo
Mais do que um servo, um escravo
Da racionalidade humana
Diria aos dois que tomassem no rabo
E deixassem minha vida ser esse pé-no-saco
E deixassem que aprendesse no tapa
O quanto essa correria mundana, cotidiana
A cada dia mais me estraga, e, pouco a pouco,
arranca as curvas de meu sorriso.
A cada dia mais me engana, e, pouco a pouco,
vai me levando embora de mim.
E me fazendo descobrir o risco,
O perigo de ser assim,
Pensativo.
José Augusto Mendes Lobato
02/08/06
O quanto as coisas nunca foram fáceis
E o quanto é inútil fingir que são todos ágeis
Diante da correria mundana, cotidiana
Diria aos quatro cantos
Que me orgulho em ser vagabundo
Garoto sem passado, sem futuro, sem rumo
Aspirante a "admirador das pequenas coisas"
A infeliz adorador das distorções que,
roucas, ressoam em nossos ouvidos.
Se Deus e o diabo soubessem
O quanto às vezes me sinto por baixo
Mais do que um servo, um escravo
Da racionalidade humana
Diria aos dois que tomassem no rabo
E deixassem minha vida ser esse pé-no-saco
E deixassem que aprendesse no tapa
O quanto essa correria mundana, cotidiana
A cada dia mais me estraga, e, pouco a pouco,
arranca as curvas de meu sorriso.
A cada dia mais me engana, e, pouco a pouco,
vai me levando embora de mim.
E me fazendo descobrir o risco,
O perigo de ser assim,
Pensativo.
José Augusto Mendes Lobato
02/08/06
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