Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2006
XXV - Monocromismo
Não há chance para cansaço
O cansaço é o coma do meu mundo
É meu estereótipo de vagabundo
Escondendo todo o inconformismo e beleza
De simplesmente não aguentar mais
Ver tudo,não ter nada e nem sonhar o ter
Andamos a passos largos,mas não vamos a lugar algum
O que fingimos ser saudosismo
É a sensação de não ter o presente nas mãos
Nem sequer uma razão ou outra escolha
Senão mentir para si mesmo
Nem mesmo o silêncio tem um eco
Os dias são apenas horas jogadas,sem foco
Aleatórias como as palavras que temos que ouvir
Tristes,afogadas,como os sonhos
Mesmo assim não estamos prontos para ver tua máscara cair.
Essa verdade que cura,machuca.
Essa realidade tão impura nos confunde.
Preferimos nos esconder atrás dos punhos cerrados
Dos corpos uniformizados
Das guerras e do sangue seco estancado
Nesses corações sem força para bater
Preferimos ter nas suposições,fatos
Sermos monocromizados
E resmungarmos calados
Sobre a deprimência humana
Enquanto colaboramos com nosso próprio conformismo
Borrando rostos difusos nos retratos
E perdendo nossos passos
No caminho inconfundível da autodestruição.
José Augusto Mendes Lobato 18/01/06
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
"Preferimos nos esconder atrás dos punhos cerrados
Dos corpos uniformizados
Das guerras e do sangue seco estancado
Nesses corações sem força para bater..."
Perfeito...
Postar um comentário