terça-feira, 3 de janeiro de 2006

XXI - Dias De Paz


Mudanças não vêm assim
Não ponha a culpa em ninguém
Não abrigue tanto ódio no peito
É apenas mais um dia após o outro,enfim

Não queira extrair palavras do silêncio
Nem tente tirar a mente do consenso
Não existem meios,entrelinhas ou desvios
Só há um caminho a ser seguido,enfim

Ouça os tiros ecoando pela parede do teu quarto
É teu espaço destroçado,invadido
E para que sair?
Deixa o sangue banhar tuas mãos e teus braços
Deixa estes teus olhos cansados
Enxergarem a paz antes de dormir

Não crie beleza em retratos borrados
Não lute contra a frieza nos olhos cansados
Não tente ver doenças numa realidade oportuna
Não ache na descrença uma redoma tão soturna

A luta é vã
Tente ser são
Diante de um espelho, que serás?
Para que abrir os olhos em guerra
Se podes descansar em paz?
Entrega teu corpo e tua alma
Ao ópio de viver são
Entregue ao descaso
E à alienação de dias de paz.

José Augusto Mendes Lobato 03/01/06

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Poesia insana,doentia.

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