Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2006
XXII - Desconquistas
São tantas horas vagas
Tantas noites a sós
E reuniões no domingo
E chás das cinco
Argumentados por um outro sem voz
Tanta frieza cansa
Os feriados passando batidos
As "crianças" são abortos enrustidos
Que um dia saíram de dentro de mim
Você é tão sensato
Respondendo sonso
Preenchendo a vaga
Que deixas
Sorrindo e gemendo calado
Deus e o mundo dando os braços
Você dando as costas
Afrontando o tempo e o espaço
Marcando os rostos a tapa
E a ferro e fogo
Desculpas vãs e inexatas
As mesmas palavras disfarçadas
Nessa boca suja,imunda
Esse papo não te sustenta;
O silêncio te afunda
Então o que fazer?
O que dizer?Melhor sofrer
Chorar nos lençóis
Que deixas
Batendo a porta,"está cansado"
- Vou lá na esquina,comprar um cigarro!
Pelo visto a fila estava braba
Não há espera entre as paredes de um quarto
Antes clamar por companhia
Marcando o rosto de tapas
E cheirando a uísque,chegando,
vens sorrindo e lavando as mãos,
dando um beijinho e deitando ao meu lado
Por cima do suor,da libido e do pecado
Mal sabe o espaço que a cada dia
Desconquistas em meu coração.
José Augusto Mendes Lobato 05/01/06
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