quarta-feira, 28 de março de 2007

Eu não conheço ninguém,
ao menos imagino não entender
Porque as pessoas que eu conheço
insistam em, fora daqui, me foder

E acenar com um sorriso seco
e ir p´ra casa e nem se lembrar
Como se a rua na qual pisassem
fosse só um caminho a atravessar

Antes do leito modorrento
dos pacotes de fast-food e dos cigarros:

Mas, menino, é tão nojento
ver vocês imersos nesse sonho amargo
de brincar de existir!

Já chega de dados e meias-verdades
assim, eu, ao menos, não consigo fingir
Ser aquele cara andando no seu pátio
pisando na calçada que mandaram construir

Sobre meus palácios, avenidas, calçadas,
desconstruídas e mal-projetadas
Pseudo-vidas, pseudo-redomas, pseudo-mentiras,
pedaços de algo que só cabe a mim sentir

E eu não penso mais em afinidades,
nem em conceitos ou estatísticas
Porque os poucos homens de bem que eu conheço
já as provaram teorias falidas:

Se não os curte, me escute,
está na hora de dar uma saída
Abrir as janelas do seu quarto, quem sabe
abrir as ventanas dos olhos p´ra vida!

Se não mais vive, acredite,
está na hora de calar a boca
Liga o modem, e, em ponto morto,
Marcha pelos zeros e uns rumo à forca!

- Insistem em, fora daqui, me foder.

2 comentários:

Mayara Luma Maia Lobato disse...

amor,amei!! fernando pessoa tem um substituto!! hauahau

:**

Camila Barbalho disse...

Tenho que concordar com o ruivão acima...

Fernando Pessoa (ou qualquer um dos que ele pode ser) está muitíssimo bem representado!

Foda, como sempre.
E eu também não conheço ninguém, caro Puto...
§=*********