quinta-feira, 6 de abril de 2006

Silêncios.

Olha p´ra ele
Diz pra ele que as coisas são assim mesmo
Arremessa teus conselhos vãos
Dê a ele razões para encarar o fim como um outro começo

Como mais uma chance de se encontrar
Ele já não quer mais saber
Só quer mesmo achar seu lugar
Não diz mais o que ele deve fazer

Teve seu momento de glória
Um belo dia se acordou
E levou uma lufada de vento cortante no rosto
Sangrou até o frio lhe fechar a cicatriz
O que lhe restou?
Silêncio.

Olha p´ra ele, tenta entender o que ele pensa ali
Quando segura as mãos que tem ao seu redor
Num eterno chorar para não sorrir
E a cada dia, se surpreende mais e mais com seus "tropeços"

Nem sabe o que pode encontrar
A cada porta que abre à sua frente
É jovem, errante, mas, ao mesmo tempo, tão certo
De que ainda tem a chance de ver o mundo diferente.

Mas ele reescreverá sua história
Calará essas bocas cheias de silêncio e meias-palavras
Vai se acordar e sorrir para o cara do outro lado do espelho
Vai se lembrar que guarda em si um cara
Que muitos invejam
Que muitos temem
Que jamais esquecem
Por estar simplesmente a cada dia quebrando silêncios.

José Augusto Mendes Lobato 07/04/06

"E hão de ser recompensados os justos"

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caro louco - talvez o maior de todos, porque és o único a fazer boas poesias - vi um pouco de Mariana Hass, por ali. ;)
Acho que é uma tal de identificação