Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
domingo, 16 de abril de 2006
Confessionário descartável individual
Tenho medo.
Procuro manter-me calado,
Falando descontrolado
e calando tanto anseio
Com o mesmo ar transtornado.
Sinto um arrepio
Tudo está tão nos eixos,
e como um aviso, percorro o seio
Em busca de um pulsar que acelera o passo
Com o mesmo beijo desconfiado
De quem um dia não sentirá mais medo.
É segredo.
Mas mesmo assim eu te falo,
Tento, indeciso, manter ao meu lado
Uma razão para sempre andar
E tropeçar com os mesmos pés direitos
E levantar com os esquerdos:
Amar-te é desafiar a força de meus punhos
E entregar-me à lona com as mãos no peito
Mesmo com o medo arrancando lágrimas,
olho para ti e a cada segundo te agradeço
Por me ensinar a ver com outros olhos o que sinto.
Por me dar mais e mais razões para acreditar no que vejo.
José Augusto Mendes Lobato 16/04/06
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