Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
domingo, 9 de abril de 2006
Presente, Passado, Futuro
Presente, passado, futuro.
Passeios de pés nus sobre o solo enlameado
Acendendo as velas enquanto dança no escuro
Marcando a pele a ferro e sangue
(De olhos bem abertos.)
Velas, bruma, tempestade
Caminhando com as mãos sobre o corpo suado
A janela fechada separa o céu nublado
Do abrigo que tem por entre outros braços
(Inertes, marcados.)
Não vê o tempo passar, não sente o peito pulsar
Não vê a porta abrir.
À luz de velas, sob o mesmo luar
Vermelho,
Peças de roupas levitam no ar
O presente é o futuro em pedaços
O passado está...
Doce, amargo, ácido
Lábios banhados pela seiva lodosa
No seio, o desejo faz-se prosa
Falas são abrigos para noites a sós
(Amargas, frias)
São as mãos que te apertam contra a parede
O vazio que deixas preenche a sede
Que alimenta por ter a si mesmo como uma ameaça
(Mortal e cansada)
Não vê a morte nele, a tomar-te a alma e dançar
Pés calejados, rua vazia, o ar
Exalando ódio
Fecha os olhos sem relutar
Os lábios jamais se cruzam
Vai-se o passado, o presente e o futuro
Num único golpe de lâmina
José Augusto Mendes Lobato 09/04/06
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