Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
domingo, 19 de março de 2006
XXXV - Sete Horas
Já estive mais cansado,sei
Que outros tempos são um porto seguro
Para fazer deste tempo algo a se lembrar
Hoje teve coisa boa,o cansaço compensa,sei
Mas também sei que nem todo cansaço cansa de se sentir;
Ao menos não por aqui.
Já me deitei com os olhos mais pesados
- Ei,não me diz que não sabiam?
Eu tento,por inércia,descansar
Em cada sonho bom que alimento
Nem vem me dizer que é bom eu desistir
Ando deixando falar mais o cara que guardo no meu peito
Agora eu posso dizer
Que já fiz o que devia ser feito
Que guardo um som no peito
Um violino distorcido,música louca
Um caderno cheio de poesias debaixo do travesseiro
E que dessas pequenas coisas posso me orgulhar
E que no meu canto posso de tudo e mais um pouco rir.
Nem sei se vale a pena ressaltar
Mas eu prefiro errar assim,sabendo do erro
A seguir um molde pré-fabricado
Casa de massinha,bonecos programados
Sorrindo e rindo e se escondendo
Sempre que a saudade aperta.
Já,já guardei o violão no armário
Mas a música não se deixa acabar
Ela está nos meus lábios
Ecoando nas paredes
Rasgando a seda que é o teu olhar
Quebrando o clima estável que ninguém ousou quebrar
Deixando as janelas abertas pro mundo
Hoje a sala de jantar vai tremer
Por favor,compreenda esta juventude,
deixa estar.
Agora eu posso dizer...eu já sei me cansar!
Já sei o que é ter meu próprio tempo
Ter umas sete horas de barulho
Uns sete séculos a se lembrar
Perfeição essa que me deixo lembrar
E só pra não ficar triste
Prometo a mim mesmo que semana que vem tem mais,
é só acreditar.
José Augusto Mendes Lobato 19/03/06
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