terça-feira, 24 de julho de 2012

0h50



Não estavas consciente
(tampouco nós),
mesmo assim, apertei tuas mãos,
senti que era ouvido;

Despedi-me de ti, e o(s) sentido(s)
Parecia(m) a todo momento
Querer fugir
Dali.

Agora, já distante,
Com o coração rouco,
Sabendo que estás longe
(Embora não morto),
Encontro teus passos,
Tua voz e teus atos (em mim)
E busco, assim, encontrar meu espaço
Nesse mundo – agora – cinza e oco;

Não tinha nada em mente
quando, pela última vez, te ouvi
ao telefone;
mesmo assim, doeu-me o peito,
aquele adeus foi tão abrupto,
tão insuspeito,
que sinto que ainda há muito a te dizer;

Ainda não sei estar longe de ti,
Mas um dia aprendo
Um dia te reencontro
Um dia, talvez, o tempo
se faça sentir
Passar por mim.

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Descansa em paz, meu pai querido.

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