Na rua, passos apertados, cachaça, berros e buzinas
cavalos no trânsito, technobrega ecoando ao fundo
na pista, um homem linchado, ônibus cortando o sinal fechado
Travecos e putas acotovelando-se nas esquinas;
Na praça, maconheiros, traficantes, flanelinhas e camelôs
um posto fechado da polícia, toalhas na grama, "piqueniques"
Coretos mijados e grupos de teatro ensaiando calados
entre pilastras art-nouveau, bares sujos e velhos hippies;
No porto, canoas velhas e velhos barcos,
azedume de peixes, rabada aguada, farinha e pinga
Estivadores, mendigos, aromas e cheiros regionais
Na mansão ao lado, violão e voz, pratos finos e burguesia;
Trinta graus a vinte e cinco, chuva rápida e calor constante
Cinemas fechados, teatros falidos, galpões de pagode e, não obstante,
sãos e loucos dividindo mulheres, homens e mesas de bilhar,
intelectuais e novos-ricos lendo os mesmos manuais amassados
De vivência, educação, cidadania, civilidade - ou não -.
que, acreditem, não deixam de ser ensinados,
e de por ninguém se deixarem ensinar.
Um comentário:
olha sóóó, que legal, amor!! muito essa cidade abafada e barulhenta que a gente vive. adoreii!
te amo.
:*
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