Ah!
Há traços azuis por trás de tantas curvas cinzentas
Nas esquinas e becos, várias vozes e cantigas
Ecoando; Descansando sob o ar frágil e seco
Estão mil anos de devaneios urbanos
Por trás de olhos os quais vejo
na correria repousando
Um ar de amor ao desespero
e de torpor a ser humano.
E tantos tragam a luz do sol do meio-dia
Com seu hálito fresco e corpo cansado
A fumaça das ruas, vivas e cruas,
estradas de um pulsar ardente
É abrigo para toda essa gente
Que, ao apertar o passo
Se afoga em um ar febril e gelado
Se finge dona de um teatro
que encena e não sente.
Mas ah!
Há beleza em tanta loucura
Na imensidão de som e fúria,
há uma tristeza que não mais se sente;
Há, enfim, poesia na grande cidade,
as rimas renascem em meu peito;
de tuas cinzas, beldades:
Que o asfalto nasça
Viva a arte sem limites desta cidade inconseqüente!
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