- Hoje eu me senti um século mais velho
deitado ao teu lado, sem um pingo de desejo
Entrelaçando os dedos por entre teus seios,
ouvindo teu bocejo
Como se o amor em mim fosse senil,
inimigo de tão simples deletérios;
- E eu, que nunca havia te sentido tão distante
Senti, tão próximo de mim, em vão segredo
tua face, oculta nas entranhas do medo
como se ainda fosse cedo:
Não tenhas pena de mim, meu amor
é tarde demais para revelar-me jovem;
- És, em mim, reflexo dos mesmos anseios
quando pareci cansado, dei-me forças e, imune
Ao teu ardor, lutei, impune
contra as mesmas incertezas...
Acordei suado, meu amor,
de sangue dos meus lábios e lágrimas tuas.
- Vê? Este corpo que renegas neste instante
sentiste gozar, ao som das mesmas músicas cruas
Sentindo o cheiro de cachaça exalar por entre as curvas
das noites iguais, turvas, embriagantes
Como se o amor, para nós, fosse razão de vergonha
confesso amigo dos mais tristes romances;
- E o limiar que nos separa do desejo
é o mesmo que separa tua vida do meu simples toque
é a mesma tormenta que faz com que, a cada dia, esqueça
Os prazeres da morte que tanto almejo.
(Inspirado em Memória de Minhas Putas Tristes, do Gabriel García Márquez)
deitado ao teu lado, sem um pingo de desejo
Entrelaçando os dedos por entre teus seios,
ouvindo teu bocejo
Como se o amor em mim fosse senil,
inimigo de tão simples deletérios;
- E eu, que nunca havia te sentido tão distante
Senti, tão próximo de mim, em vão segredo
tua face, oculta nas entranhas do medo
como se ainda fosse cedo:
Não tenhas pena de mim, meu amor
é tarde demais para revelar-me jovem;
- És, em mim, reflexo dos mesmos anseios
quando pareci cansado, dei-me forças e, imune
Ao teu ardor, lutei, impune
contra as mesmas incertezas...
Acordei suado, meu amor,
de sangue dos meus lábios e lágrimas tuas.
- Vê? Este corpo que renegas neste instante
sentiste gozar, ao som das mesmas músicas cruas
Sentindo o cheiro de cachaça exalar por entre as curvas
das noites iguais, turvas, embriagantes
Como se o amor, para nós, fosse razão de vergonha
confesso amigo dos mais tristes romances;
- E o limiar que nos separa do desejo
é o mesmo que separa tua vida do meu simples toque
é a mesma tormenta que faz com que, a cada dia, esqueça
Os prazeres da morte que tanto almejo.
(Inspirado em Memória de Minhas Putas Tristes, do Gabriel García Márquez)
Um comentário:
Meu Deus (se é que ele existe)...
Não lembrava mais desse teu lado, que agora anda por baixo do menino-tv-unama (=P).
Obrigada por trazê-lo de volta à superfície.
=D
Muito bom, o texto.
§=********
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