Forço palavras
Tão doces e intensas
Tão fortes e imensas
Em sua insensatez sincera
E frágil de existência
Descubro-as em versos
E sinto-as no peito
Como se a vida esvaísse
De uma folha de papel
E renascesse em novo leito
Mas estão supostas
As quais nunca descubro certas
Tão doces, ilusórias
Mas sempre táteis e vivas em teus lábios
E, ao mesmo tempo, vagas e inertes
E forço conclusões
Tão tristes e tensas
Que espero serem ofensas
A nós, e espero paciente a melhora
Da minha frágil paz de espírito
Espero que, em algumas poucas horas
Descubra, ainda, em ti,
Um reflexo da dor que, hoje, sinto.
José Augusto Mendes Lobato 31/07/06
Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
segunda-feira, 31 de julho de 2006
segunda-feira, 24 de julho de 2006
Debaixo do Tapete
- Vêm todos assim, envoltos em uma cortina de sobriedade
Sérios e esguios, deslizam frios sob nossos narizes
E nos calam as bocas cheias de vangloriações
- Infelizes os que teimam em julgar verdade
O olhar à parte de ilusões sem limites
- São ingênuos, ora!
Quem há de te dizer que tua princesa encantada
Não passa de mais uma puta drogada
A correr descontrolada pelas ruas do Leblon?
- Coitados, demoram a dormir esperando casal e filhos
Acham que todos são beatos enrustidos?
- Que enfiem então, debaixo do tapete
Seus narizes lustrosos e seus lábios ungidos em mel e leite
E vejam que não há mais nada no mundo que não seja sujeira.
E que de tão podres, viramos gente
Falsa moralista, infeliz e, por inércia, rasteira.
José Augusto Mendes Lobato 25/07/06
Sérios e esguios, deslizam frios sob nossos narizes
E nos calam as bocas cheias de vangloriações
- Infelizes os que teimam em julgar verdade
O olhar à parte de ilusões sem limites
- São ingênuos, ora!
Quem há de te dizer que tua princesa encantada
Não passa de mais uma puta drogada
A correr descontrolada pelas ruas do Leblon?
- Coitados, demoram a dormir esperando casal e filhos
Acham que todos são beatos enrustidos?
- Que enfiem então, debaixo do tapete
Seus narizes lustrosos e seus lábios ungidos em mel e leite
E vejam que não há mais nada no mundo que não seja sujeira.
E que de tão podres, viramos gente
Falsa moralista, infeliz e, por inércia, rasteira.
José Augusto Mendes Lobato 25/07/06
quarta-feira, 19 de julho de 2006
La Villa Strangiato
Antes eu sentia como se sempre fosse nossa a primeira vez
E todas as curvas do teu corpo fizessem sentido
O toque denso das palavras deitando-se sobre nós
E a fumaça pairando no ar, dançassem sob mais um luar pervertido
Hoje eu sinto como se não fôssemos tão jovens
E, não fôssemos tão íntimos,
Sentiria-me mal de olhar no relógio e descobrir
Que nem mesmo essas horas te trouxeram de volta
E eu nem sei se te quero à porta
Sorrindo vil para o menino dentro de mim
É tão estranho!
Eu sei que esta vida não é nossa
E que suas escolhas não são minhas
Mas faço de minha voz uma nota
Um grito escondido atrás de mais uma porta
Que arrombamos, sorrindo
A cada dia mais pobre de almas
A cada dia menos vivos nos descobrindo.
Hoje já não me sinto jovem
E não me dói sentir a fumaça ser varrida pelo vento
E as palavras de outrora serem versos escritos na parede
E o luar morrer sob mais um céu urbano e modorrento
Amanhã darei as mãos para a morte
E descobrirei que o maior estranho que conheço sou eu mesmo
E que, em vinte anos, nunca tive a chance de chorar
Reclamar com as paredes por tanto silêncio e sossego
Antes sentia como se fosse sempre a última vez:
Eu não acredito!
Hoje eu me sinto um cara de sorte
Por ter o prazer de cuspir na tua cara e dizer o que sinto.
José Augusto Mendes Lobato 19/07/06
E todas as curvas do teu corpo fizessem sentido
O toque denso das palavras deitando-se sobre nós
E a fumaça pairando no ar, dançassem sob mais um luar pervertido
Hoje eu sinto como se não fôssemos tão jovens
E, não fôssemos tão íntimos,
Sentiria-me mal de olhar no relógio e descobrir
Que nem mesmo essas horas te trouxeram de volta
E eu nem sei se te quero à porta
Sorrindo vil para o menino dentro de mim
É tão estranho!
Eu sei que esta vida não é nossa
E que suas escolhas não são minhas
Mas faço de minha voz uma nota
Um grito escondido atrás de mais uma porta
Que arrombamos, sorrindo
A cada dia mais pobre de almas
A cada dia menos vivos nos descobrindo.
Hoje já não me sinto jovem
E não me dói sentir a fumaça ser varrida pelo vento
E as palavras de outrora serem versos escritos na parede
E o luar morrer sob mais um céu urbano e modorrento
Amanhã darei as mãos para a morte
E descobrirei que o maior estranho que conheço sou eu mesmo
E que, em vinte anos, nunca tive a chance de chorar
Reclamar com as paredes por tanto silêncio e sossego
Antes sentia como se fosse sempre a última vez:
Eu não acredito!
Hoje eu me sinto um cara de sorte
Por ter o prazer de cuspir na tua cara e dizer o que sinto.
José Augusto Mendes Lobato 19/07/06
segunda-feira, 17 de julho de 2006
A Nova Paris Hilton
Você percebe:
Ela nunca me olhou com bons olhos
Sempre se fez de boba, agora vem e senta no meu colo
Pedindo um ombro para lamentar sua vida
Não esquece
De citar o poder do acaso nosso,
E vem dançando, derrubando o copo
Embebendo meus lábios com as coxas ungidas
Como que se insinuando para um mundo louco
Que nem se dá ao trabalho de trocar olhares
E lhe abre as pernas, lhe dá paixões fugazes
Amanhã, acordará sozinha,
sem identidade, a mais nova celebridade
descabelada, gritando nas ruas, tadinha,
nua em pêlo.
Ela insiste em dizer que é assim mesmo, hoje em dia
Chega de conversa, mergulhe nos lençóis,
E venha me dizer o que lhe falta por aqui
Qual é a grande atração do filme de sua vida?
Senão fotos borradas
Taças quebradas
Aos pés dos fotógrafos
Debaixo da escada?!?
Manchetes de primeira página
Vidros peliculados
Lábios viscosos, vestidos vermelhos
Mãos afins nos seios
Família tensa, sorrisos à mesa
Pais estupefatos?!?
Você percebe:
Ela nunca olhou para si com bons olhos
Deitou em mil braços e, acaso veio,
Encontrou, entre eles, um otário
E provou a nós, demais e consequentes otários
Visionários da vida alheia
Não adianta reclamar de boca cheia!
O corpo é a alma do negócio
E a sorte já está desnuda na mesa.
José Augusto Mendes Lobato 17/07/06
Ela nunca me olhou com bons olhos
Sempre se fez de boba, agora vem e senta no meu colo
Pedindo um ombro para lamentar sua vida
Não esquece
De citar o poder do acaso nosso,
E vem dançando, derrubando o copo
Embebendo meus lábios com as coxas ungidas
Como que se insinuando para um mundo louco
Que nem se dá ao trabalho de trocar olhares
E lhe abre as pernas, lhe dá paixões fugazes
Amanhã, acordará sozinha,
sem identidade, a mais nova celebridade
descabelada, gritando nas ruas, tadinha,
nua em pêlo.
Ela insiste em dizer que é assim mesmo, hoje em dia
Chega de conversa, mergulhe nos lençóis,
E venha me dizer o que lhe falta por aqui
Qual é a grande atração do filme de sua vida?
Senão fotos borradas
Taças quebradas
Aos pés dos fotógrafos
Debaixo da escada?!?
Manchetes de primeira página
Vidros peliculados
Lábios viscosos, vestidos vermelhos
Mãos afins nos seios
Família tensa, sorrisos à mesa
Pais estupefatos?!?
Você percebe:
Ela nunca olhou para si com bons olhos
Deitou em mil braços e, acaso veio,
Encontrou, entre eles, um otário
E provou a nós, demais e consequentes otários
Visionários da vida alheia
Não adianta reclamar de boca cheia!
O corpo é a alma do negócio
E a sorte já está desnuda na mesa.
José Augusto Mendes Lobato 17/07/06
segunda-feira, 3 de julho de 2006
Jogo Frio
A luz do dia é seca demais para que eu te veja
Por através dos vidros mornos e dos cartões postais
És parte dessas ruas repletas de ódio e fúria
E desse mar de passos lentos e sentimentos mortais
A me perfurar a pele.
A seda é muito fina; não sei o que insinuas por trás
De pernas tão contidas a caminhar na rua em paz
Sou parte de tuas mentiras já vividas e da fúria de teus olhos
E neste mar de mãos contidas sou o som de uma palma
Solitária a te apunhalar por trás.
O jogo é frio, a cena é clara
És a espectadora, parte de uma cena já gravada
Abre essas mãos, que te ensino o passo novo
Como atravessar essa rua, parar o trânsito com o próprio corpo
E mesmo assim, ser apenas uma transeunte
Caminhando a passos soltos: Não quero que te vejam
Desnuda na praia, nua em cima das mesas
És parte desse cotidiano repleto de fel e luxúria
E nesse mar de amores perfeitos e fotos desfocadas
Encontro você bêbada no chão a lagrimar lamúrias
De jogos frios, cenas inventadas
És mais um corpo sem rumo, parte da noite, desnorteada
Abre essas pernas, que a cidade te ensina a viver
Verás que as regras são claras e o jogo é sempre o mesmo
Atravessa essas décadas a esmo
Que, assim mesmo, infeliz, aprenderás a com a solidão conviver.
José Augusto Mendes Lobato 03/07/06
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