Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
18h30, 30ºc
Uma cidade, dois quartos;
o cansaço de um céu escuro e quente
Um sol que insiste em se pôr tarde
uma noite que insiste em se fazer ausente
Dois bares à frente, nenhuma vontade;
Dois copos, um vazio, outro transborda
Um trânsito louco, perdido, duas pistas
um tráfego berra, rouco, os sinais calam
Mais uma nuvem de chuva que se aproxima.
Duas vagas, uma mesa, três cadeiras em volta;
Um céu azulado, dois passos e um atrás
Uns acordes dissonantes, incontáveis vozes
Uma mão flutua, entre tantos poucos amantes
Uma dança, dois passos nunca aprendidos;
Duas voltas para casa, a mesa lá, teimosa, fria
Uma garoa que nunca vai, a música lá fora
o silêncio aqui dentro,
que cala, consente, desafia;
Dez andares de escada, uma roupa e mais nada,
duas chaves e um carro, guardado,
Uma noite sufocante, um calor gritante,
dois berros abafados
Uma avenida, duas pistas, um cruzamento;
Outra nuvem de chuva, um sinal quebrado (verde)
Um cigarro, dois vidros baixos, um ponto cego
Dois homens armados, um grito, um sufoco, um berro
Dois silêncios, dois anoiteceres
vida e morte na cidade grande;
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