- Liberdade não é libertinagem.
Isso mata meu amor.
Teus dias sempre foram contados,na verdade.
- Eu sei lá,nem lembro de contar quantos dias a mais já tive!
- Isso é sorte.
- Eu chamo de acaso.
- Tua redoma não protege.
Essas noites recostadas na janela são um saco.
- Não joga isso na minha cara!
Eu preciso te dizer isso...se amanhã eu não acordar,
diz que foi sorte.
Que eu já fui tarde.
Ah,como eu te dou trabalho,meu amor.
E é tão bom viver pra crer
Que eu ainda ando com meus próprios pés
Ao mesmo tempo em que me faço um parasita em ti.
- Inocência é não sentir vontade.
Já te disse,estás comprando a dor
Por correspondência,beijo a morte nua em pêlo
- Juro que vou te dizer a verdade...
Faz dias que não me olho no espelho
Por ter medo de encarar tanta decadência
Tanta frescura não me ofende,
Diz se não é tarde demais,deixa estar,então
Fecha essa janela e deixa eu te desenhar na fumaça
O vidro não estilhaça
A porta não abre
As paredes nunca falam
Ninguém sabe,ninguém saberá
Ah,como eu estou aprisionado,só você entende
É tão bom poder te ter
E te perder e te vencer com um dramalhão qualquer
Eu nem mais ando nos meus pés
Eu me arrasto sem saber pra onde vou
Aonde vou cair de vez,só Deus sabe
Só sei que dessa caixinha eu não saio
E só me calo e paro de encher o ar de fumaça quando morrer.
(Arquivo-dos-não-postados-enquanto-a-criatividade-não-vem - Março - 2006)
Um comentário:
Perdoe a intromissão...
Belíssimos poemas...
Camila já havia me alertado.
Parabéns mesmo.
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