sexta-feira, 2 de junho de 2006

"XXI"

Os corpos alimentam a terra banhada de desespero
As mãos se entrelaçam jovens vendendo almas a esmo
Enquanto passos firmam pés sujos de lama
Uns gritam por paz, outros não saem da cama
(E gritam, ao menos uma vez, a verdade)

E gritam por liberdade nas ruas metálicas
O cheiro penetrante, nos cantos das escadas
O semblante da tortura de viver de olhos fechados
Aguardando dias melhores que mantém-se intocados
(Relembrando algo que deixou pra trás)

Um dito novo século...

A juventude dança embrigada, sob outros lençóis
Entorpecida pela fumaça, pelas noites a sós
Pelos amores inacabados, refletidos e transtornados em redes sem nós

Sentimentos metálicos, frios; carnais
Restam apenas escravos dessas vidas tão mortais
Dar às lágrimas abrigo, deixá-las deitar
Sob lábios fechados:
Palavras não valem mais...

Um dito novo século,
Mais alguma esperança
É alimentada em meu peito,
Já recebo com desconfiança
O pão e o calor em meu peito,
O alimento de mais dias de paz...

José Augusto Mendes Lobato 02/06/06

Um comentário:

Emídio disse...

Porra Guto!
Tá muito doido isso!!
Já te disse o que eu achei né seu modernoso.
=)

acho que dá até pra fazer uma música ai em cima... hehehe