Foi embora assim, frágil, sem proteção,
levou nas mãos o abrigo; nas costas, um sonho contido,
e, os punhos cerrados, atravessou pequenos trilhos,
e, assim, deu um rumo aos seus sentidos,
para seu ir e vir aos mesmos caminhos -
ou os mesmos destinos?, talvez ainda não;
Cruzou ruas sem sinais, sinais sem esquinas,
o sol, lá em cima fervia, as solas dos pés, sofridas;
dor nas costas e os graus subindo, contáveis noites maldormidas,
Catou, no chão, folhas encardidas, fez delas sua casa,
para que seu ir e vir tivesse, ao menos, uma pausa
mas, cansar e fingir, talvez ainda não;
Mas, toda aquela loucura que via em fotos,
aqueles sonhos, aquelas luzes, aquela correria
não lhe conferiam a beleza que irradia nas imagens, estáticas (frias)
caminhou, caminhou, caminhou, nada encontrou
e, pela primeira vez, deixou-se dormir no chão.
Depois de pedir e, falsa, sorrir, veio a ajuda -
a chuva vinha e, à noite, lhe maltratava o pulmão,
aqueles corpos difusos, pílulas e becos intrusos,
lhe deram novo gás e, mesmo feridos,
os poros de seu corpo retraído,
absorveram as dores da mente e do coração;
Mas, de tanto ir e vir, voltou a se sentir pequena,
não via beleza no heroísmo que impera, no asfalto que fervilha,
nos sinais comedidos, nas curvas, carros e vivências amenas,
de tanto os passos medir, e, neles, confiar e ir
feriu os jovens sentidos e entregou-se:
Quem, outrora, pulso forte, atravessou o sertão,
largou as sacolas para o alto ao meio-dia,
e, novamente frágil, infantil, fria,
atravessou o linhão.
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