Isto, sim, é o grito reincidente dos loucos
Isto, sim, é a tal poesia para poucos;
Pois há versos que se tornam verdades,
curvas, esquinas, arroubos de insanidade
que, pouco a pouco, fazem questionar
as próprias verdades de quem as cria,
as recria, as procria, as esfria,
E faz, das rimas, pequenas beldades
manipuladas, tocadas, violadas, vendidas
e, pouco a pouco, unem-se e fazem feridas
nos versos pudicos de quem as inventa
as emenda, as encomenda, fingidas,
Essa, sim, é a cólera berrante dos roucos
Essa, sim, é a tal da poesia para loucos;
Poesia que, certamente, não deixa este plano
de metáforas, meias-palavras e doces eufemismos
e assim, de hipótese, é mais um ato de altruísmo
ser falsa, medíocre, safada, fugidia,
Se há coragem em seu peito, fuja de qualquer poesia
pois ela nos pega, nos amassa, nos contorce
toda a objetividade nos foge,
e, pouco a pouco, nos faz, de novo jovens,
nos arranca o que há de homens e faz, da carne, hipótese
do mundo, martírio
da vida, pecado:
E, assim, pouco a pouco, regredimos nós à fantasia!
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