sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Tout

À vontade, empurrem-se desejos
e verdades, e saudades
e anseios afins:

Não que algo possa ser resolvido ao acaso
Mas, fazendo ou não estrago
não custa nada tentar, sim!

Às mesmas idas, completem-nas vindas
e passeios, ou viagens
aos mesmos lugares, então;

Não que a vida, em si, seja um mercado
Mas, se em meus bolsos há trocados
nada custa gastá-los nas mãos
(ou trocá-los)

Às almas sentidas, a bebida
Aos roucos por natureza, o cigarro
Aos loucos de amor, a comida
Aos heróis de outros dias, o álcool;

Aos fingidos, o sangue-frio
Aos velhos hipócritas, o meio-termo
Às mulheres livres, os abortivos
Aos homens que resistem, o espelho!

Às grandes vaias, o silêncio
À modernidade, a decadência
Aos revoltados, a impunidade
Aos inventores, a delinquência;

Aos loucos por natureza, a rebeldia
Enlatada, como que medida nos berros
Pois o que resta de grandeza na vida
É cachaça embebida em esquinas de versos!

- Às verdades, deixe que tenho-as comigo
elas não ferem, tampouco querem
fazer-se sentidas sozinhas;

Mas, se que faço sozinho, a mim, abrigo
não basta viver uma só mentira,
É preciso existir sem refletir
Inverter as verdades e trocar os ponteiros.

Um comentário:

Camila Barbalho disse...

Para poucos, mesmo.
=D


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