À vontade, empurrem-se desejos
e verdades, e saudades
e anseios afins:
Não que algo possa ser resolvido ao acaso
Mas, fazendo ou não estrago
não custa nada tentar, sim!
Às mesmas idas, completem-nas vindas
e passeios, ou viagens
aos mesmos lugares, então;
Não que a vida, em si, seja um mercado
Mas, se em meus bolsos há trocados
nada custa gastá-los nas mãos
(ou trocá-los)
Às almas sentidas, a bebida
Aos roucos por natureza, o cigarro
Aos loucos de amor, a comida
Aos heróis de outros dias, o álcool;
Aos fingidos, o sangue-frio
Aos velhos hipócritas, o meio-termo
Às mulheres livres, os abortivos
Aos homens que resistem, o espelho!
Às grandes vaias, o silêncio
À modernidade, a decadência
Aos revoltados, a impunidade
Aos inventores, a delinquência;
Aos loucos por natureza, a rebeldia
Enlatada, como que medida nos berros
Pois o que resta de grandeza na vida
É cachaça embebida em esquinas de versos!
- Às verdades, deixe que tenho-as comigo
elas não ferem, tampouco querem
fazer-se sentidas sozinhas;
Mas, se que faço sozinho, a mim, abrigo
não basta viver uma só mentira,
É preciso existir sem refletir
Inverter as verdades e trocar os ponteiros.
Um comentário:
Para poucos, mesmo.
=D
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