À vontade, empurrem-se desejos
e verdades, e saudades
e anseios afins:
Não que algo possa ser resolvido ao acaso
Mas, fazendo ou não estrago
não custa nada tentar, sim!
Às mesmas idas, completem-nas vindas
e passeios, ou viagens
aos mesmos lugares, então;
Não que a vida, em si, seja um mercado
Mas, se em meus bolsos há trocados
nada custa gastá-los nas mãos
(ou trocá-los)
Às almas sentidas, a bebida
Aos roucos por natureza, o cigarro
Aos loucos de amor, a comida
Aos heróis de outros dias, o álcool;
Aos fingidos, o sangue-frio
Aos velhos hipócritas, o meio-termo
Às mulheres livres, os abortivos
Aos homens que resistem, o espelho!
Às grandes vaias, o silêncio
À modernidade, a decadência
Aos revoltados, a impunidade
Aos inventores, a delinquência;
Aos loucos por natureza, a rebeldia
Enlatada, como que medida nos berros
Pois o que resta de grandeza na vida
É cachaça embebida em esquinas de versos!
- Às verdades, deixe que tenho-as comigo
elas não ferem, tampouco querem
fazer-se sentidas sozinhas;
Mas, se que faço sozinho, a mim, abrigo
não basta viver uma só mentira,
É preciso existir sem refletir
Inverter as verdades e trocar os ponteiros.
Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Gerúndio
Há cansaço, e nasce aos poucos,
nas muitas coisas que vou fazendo
- ou arrastando? Que versos loucos...
Não há mais fúria, nem sentimento
Em mim ou nos outros,
Pois somos poucos
dentro de muitos que vão se enchendo
- de tanta merda! Seríamos ela...?
Não há loucura, nem sanidade
Só há remendo
onde outrora vi vaidade.
Pois fomos loucos,
e, entre tantos, fomos crescendo
- à sombra de homens de bem,
Não os perdemos, tampouco tentemos
Esquecê-los
Eles, como meu sangue, minha pele e meus pêlos
São recortes de quem já não está mais aqui
Só há remendos, pequenos espelhos
e hoje só vejo neles pequenas saudades.
nas muitas coisas que vou fazendo
- ou arrastando? Que versos loucos...
Não há mais fúria, nem sentimento
Em mim ou nos outros,
Pois somos poucos
dentro de muitos que vão se enchendo
- de tanta merda! Seríamos ela...?
Não há loucura, nem sanidade
Só há remendo
onde outrora vi vaidade.
Pois fomos loucos,
e, entre tantos, fomos crescendo
- à sombra de homens de bem,
Não os perdemos, tampouco tentemos
Esquecê-los
Eles, como meu sangue, minha pele e meus pêlos
São recortes de quem já não está mais aqui
Só há remendos, pequenos espelhos
e hoje só vejo neles pequenas saudades.
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