Sem pretensões, sem referências pseudoliterárias, sem joguetes verbais de grande complexidade, sem autores obscuros de referência, sem nada. Só escrita.
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Stiffened
A gente sempre se cria
Como expectativa
Esperança que alimenta
Fica cercado de olhar
Pensa em tudo – meticulosamente
Se reinventa
Percebe que estão à volta,
[presença tensa]
E aí teme desabar
E o medo da gente
Passa a ser o medo do outro:
De uma cobrança que se projeta
Cercando nossos passos;
Apesar de tudo que – teimosamente –
A gente tenta
No fundo, é frágil
A diferença entre o que espera
E o que descobre,
de um jeito amargo e frustrado
A gente é pura incerteza
Pisando em caco de vidro
Deslizando os dedos num corrimão falso
A gente não pode perder a beleza
Só porque se sente perdido
Descobrindo-se vivo num pequeno fracasso
A gente se dói por outra gente
Porque sabe como é estar ferido
E mesmo assim ser fingido no cansaço
Porque sabe que tem que estar erguido
Forte, resistente
Quando tudo o que a gente quer
É dormir uma semana, um mês,
o que dormiria toda a gente:
quando o que a gente quer é afeto em silêncio,
e uma dor em pequenos pedaços.
segunda-feira, 21 de abril de 2014
Mind drive
Do we need to enlighten slowly
Just to get in someone's dirty arms
Lose all grips while roaming
Unconnected, but glowing
This is real life's only glory:
To be forced - to hate yourself
Though you dont know exactly who you are
May seem pretensious but it's no reason to worry
All these people don't deserve each other
With their ran-out-of-time minds, all in disorder
They're all connected, but never evolving
This is real-time untold story
No one's justice will save them from themselves
This is madness
And i'll try
Not to drift in the senseless
Mind drive
She needed to defy herself strongly
So what about pride? This came down easily
Someone says it's all about not thinking
She's unprotected, though claiming
All is perfect, at least unchanging:
This is real-time decadence
And everyone's pleased to watch it from afar
But me
This is emptiness
And i'll hide
I won't look after her in this senseless
Mind drive
sábado, 25 de janeiro de 2014
Ruído
Por tantas vezes pensei que tinhas esquecido
Como é pequena toda esse gente
E tão frágeis, intermitentes
São seus lampejos de inteligência e consciência de si
Eu quase aprendi
Que tanta gente reunida no mesmo lugar
Só sabe pensar com o fígado
Não é possível: tens que saber
A ignorância é universal;
um mal incontido.
Se um dia nos fizeram crer
Que, com tanto espaço cedido,
Seríamos mais sábios, mais eloquentes,
Mais críticos,
Foi só para nos fazer descobrir; pura ironia!
Há muito percebi
Que tanto dualismo,
Tanta ideia persistente
É só sinal de uma deliberação demente
Que nada tem de sentido
Que nada nos dá além de ruídos
Com os quais preencher os gritos
E, elegantemente, ranger os dentes.
Eis, então, o mais contraditório dos mundos: muito se diz, lê, analisa, opina - e finge
Nada se crê, sustenta, constrói - ou atinge;
Tudo que circula por aqui é perdido
Nas baforadas hormonais que nossos ouvidos arrastam
(E, para nosso próprio bem, por vezes escapam)
Estamos, enfim, muito bem servidos
Dos inteligentes silêncios e entrelinhas
Que não mais nos tocam
Mas sibilam
E nos apagam.
Como é pequena toda esse gente
E tão frágeis, intermitentes
São seus lampejos de inteligência e consciência de si
Eu quase aprendi
Que tanta gente reunida no mesmo lugar
Só sabe pensar com o fígado
Não é possível: tens que saber
A ignorância é universal;
um mal incontido.
Se um dia nos fizeram crer
Que, com tanto espaço cedido,
Seríamos mais sábios, mais eloquentes,
Mais críticos,
Foi só para nos fazer descobrir; pura ironia!
Há muito percebi
Que tanto dualismo,
Tanta ideia persistente
É só sinal de uma deliberação demente
Que nada tem de sentido
Que nada nos dá além de ruídos
Com os quais preencher os gritos
E, elegantemente, ranger os dentes.
Eis, então, o mais contraditório dos mundos: muito se diz, lê, analisa, opina - e finge
Nada se crê, sustenta, constrói - ou atinge;
Tudo que circula por aqui é perdido
Nas baforadas hormonais que nossos ouvidos arrastam
(E, para nosso próprio bem, por vezes escapam)
Estamos, enfim, muito bem servidos
Dos inteligentes silêncios e entrelinhas
Que não mais nos tocam
Mas sibilam
E nos apagam.
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