- Não foi por falta de aviso:
- Viver aqui é não ter amor próprio
Remoer, remoer e remoer seu próprio desfecho
Sob a meia-luz decadente do velório
que é aqui - ou ali - viver.
Veja só, eu nunca fiz mal a ninguém
Um belo dia, acordo e vejo:
Mais mortos ao amanhecer
Mais gente chorando, mais rosas brancas
Mais enterros!
Levam pedaços de si - ou seriam de mim?
Enfim, esses pequenos destroços de memória
em carne viva, que me ferem a retina
são a simples revolta de uma história
resumida na mesma velha sina:
- Estar vivo?
- Sim; e além disso, vivo ser feliz.
* Homenagem à merda de dia que foi hoje, às pessoas que sofreram hoje, às coisas absurdas que aconteceram hoje, à tristesse de só mais um diazinho qualquer.